segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Sábado, 05/11, alguns dos Poetas de Quinta se encontraram, pela segunda vez, no agradabilíssimo sítio do Bernivaldo Carneiro. Os anfitriões se esmeraram  no cardápio e no sorriso. Infelizmente alguns dos Poetas que confirmaram presença, não compareceram. Um telefonema demonstraria ato de respeito a quem organizou espaços, talheres, mesa do self-service, cervejas, dois churrasqueiros, mesa do ping-pong, sinuca e piscina.

Agradecemos ao Bernivaldo e a Anastácia pelos momentos de descontração, música e bons papos.  

Silas Falcão.


sexta-feira, 4 de novembro de 2011


                            Lançamento Para Mamíferos nº 3

Data: 5 de novembro de 2011 (sábado) – DIA NACIONAL DA CULTURA
Horário: 19h
Local: Auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (ao lado do Planetário)
Valor da Revista: apenas R$ 10,00
Editores: Tércia Montenegro, Jesus Irajacy Costa, Pedro Salgueiro, Glauco Sobreira, Nerilson Moreira e Raymundo Netto
Colaboraram com esta edição: Henrique Beltrão, Karla Martins, Dodora Guimarães, Narcélio Limaverde, Everardo Norões, Luci Collin, Poeta de Meia-Tigela, Lúcio Cleto, Ricardo e Elizabeth Bezerra, Thiago Arrais e Pedro Rogério.
Para adquirir a revista posteriormente (informações): paramamiferos@gmail.com
Durante o coquetel os editores e autores autografarão seus artigos e produção

             Relise da revista de letras e artes Para Mamíferos
 A Para Mamíferos, revista de Letras e Artes, independentemente editada por Tércia Montenegro, Jesus Irajacy Costa, Pedro Salgueiro, Glauco Sobreira, Nerilson Moreira e Raymundo Netto, surpreende sempre a cada edição.
Em seu terceiro número, traz na capa a assinatura de Leonilson, artista plástico cearense, nascido em 1957 e morto em 1993, em São Paulo, muito jovem, onde desde 1985, na concorrida Bienal de São Paulo, firmara sua carreira no cenário artístico contemporâneo, nacional e internacionalmente, com seu estilo, fosse em cores ou em preto e branco, de intensa paixão. Também é dedicada à memória desse nosso artista, ainda muito desconhecido por sua gente, as palavras de abertura pela curadora e consultora de artes, especialista em artes plásticas, Dodora Guimarães.
Maria Valéria Rezende, educadora popular e escritora paulista radicada na Paraíba, ganhadora do Prêmio Jabuti em 2009, traduzida e publicada em diversos países (Argentina, Itália, Portugal e Espanha), nos apresenta o conto “Pelas Superfícies”, além de breve biobibliografia.
A coluna “Literatrilhas” nos leva, pelos olhos e palavras do poeta, radialista e compositor Henrique Beltrão e da psicóloga e pesquisadora Karla Martins, a Nantes, na França (ou Bretanha?), onde “há de se dar de coração”. Então, merci pour la compagnie!
O entrevistado especial da edição veio por um “Resgate de Arquivo”. Com fotos inéditas ao público, Gilmar de Carvalho, jornalista, publicitário, pesquisador e ficcionista, fala de sua infância, de suas primeiras leituras, os primeiros escritos, o namoro com a Literatura, a iniciação jornalística, a perseguição pelo DOPS e a censura, os movimentos culturais cearenses, o teatro, o processo criativo e Parabélum 30 anos depois. IMPERDÍVEL!
“Interiores” ocupa o espaço “dossiê cearense” da nova edição. Sabido que muitos dos escritores cearenses, mesmo os que residem na Capital, vêm do interior, a Para Mamíferos voltou os olhos para “dentro”, em algumas das regiões do Ceará, e encontrou: Dimas Carvalho (Acaraú), Joan Edesson (Cedro), Luciano Bonfim (Crateús), Társio Pinheiro, Dércio Braúna, Kelson Oliveira (os três de Limoeiro do Norte) e Webston Moura (Morada Nova).
Um presente especialíssimo para os leitores e ouvintes da Para Mamíferos, desta vez, não vem da revista, mas do RÁDIO: Narcélio Limaverde, jornalista, radialista e autor de Senhoras e Senhores e de Fortaleza, História e Estórias: memórias de uma cidade, pioneiro e testemunha ocular (e auricular) da construção da história do rádio no Ceará; uma das vozes mais fiéis e confiáveis do povo cearense, por meio do jornalista Nerilson Moreira, nos pinta, em modestas oito páginas, o que a sua frase “O rádio é minha vida” resume com toda a verdade e beleza.
“Numa Outra Língua”, sessão dedicada à tradução inédita, o conto “El Barranco” de José Maria Arguedas (escritor e antropólogo peruano que estaria completando 100 anos em 2011) é passado a limpo por Everardo Norões, e os poemas da irlandesa Eiléan Ní Chilleanáin nos chegam pela voz da curitibana Luci Collin.
O registro fotográfico de Para Mamíferos ousou penetrar no mundo de répteis, insetos e fósseis de sucata do escultor metalista Lúcio Cleto (Mostra Reciclarte, Espaço Cultural dos Correios, Mostra 8 de maio – UNIFOR, dentre outros). O som dessa exposição vem da tigelira e da tigelavra do Poeta de Meia-Tigela (Alves de Aquino).
Na “Caixa de Espantos”, espaço dedicado à produção poética e de contos: Carlos Vazconcelos, Raymundo Netto, Carlos Emílio Corrêa Lima, Daniel Mazza, Majela Colares, Alan Mendonça, Jesus Irajacy Costa, Astolfo Lima Sandy e Ceronha Pontes.
Thiago Arrais, ator e professor do curso de Teatro da IFCE, pensa e repensa o teatro, cortinas abertas, da multidão, “por um corpo corajoso que se canse de esperar”.
A “desrotulação” da vida e da obra do goiano José J. Veiga, considerado um dos maiores expoentes do fantástico em nosso país, em “Cabacinha de água endurecida ou garrafa de coca-cola”, texto de Márton Tamás Gémes, doutor em literaturas de língua portuguesa pela Universidade de Köln/Alemanha. De quebra, sugestões de bibliografia sobre o autor e “Reversão”, conto não incluído em sua bibliografia oficial.
Pedro Rogério, radialista, compositor e doutor em Educação pela Universidade Federal do Ceará, analisa o “Pessoal do Ceará”, desta vez, com destaque para o compositor de “Cavalo Ferro” e de “Manera Fru Fru Manera”, dentre outros, Ricardo Bezerra, “continuador da antropofagia moderna de Mário e Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e todos aqueles inquietos intelectuais (...) um tropicalista cearense que transcende os limites do óbvio”.
Na curiosa seção “Como Você Nunca Viu”, Airton Monte, o cronista do Benfica e d’O POVO, revela sua face ALIENista... Caso queira, um poster para parede de seu quarto!

Apoio Cultural
Queiroz Galvão
UNICRED

quarta-feira, 2 de novembro de 2011


     Coisas Engraçadas de Não se Rir XV: O Estandarte do Coronel

Raymundo Netto para O POVO

Coronel Oswaldo era um viúvo octogenário. O síndico perfeito. Homem de temperamento forte e austero, se distinguia pela invulgar habilidade de comando, fruto de anos dedicados às Forças Armadas de um Brasil. Procurassem, fosse na hora que fosse, acolhia pacientemente as lamentações das moradoras — os maridos não lhes davam a menor bola — que o palmeavam e o exaltavam na hora da janta: “Que homem esse é o seu Oswaldo!”
Entretanto, guardava ele um silêncio: a doraguda de um falo desanimado. Para o orgulhoso militar, imperdoável. Soube, porém, num fortuito dia, e decidiu implantar uma prótese peniana. Tudo envolto no mais absoluto sigilo, claro, e que Deus o livrasse se alguém supusesse um dia de a sua vergonhosa fragilidade!
Com a tecnologia a seu favor, Oswaldo não deixaria mais de bulir em seu brinquedo. Nem não acreditava naquilo. Soubesse, teria feito antes... Passou a querer a toda hora, a todo instante. Fosse mulher, passasse a vista, agora sabia: apertava aquela bombinha na mais segura possibilidade.
As domésticas, diaristas, as mocinhas da rua e mesmo uma ou outra colega de faculdade da filha, vacilassem, o coronel as colocava em sua linha de fogo.
Mas, de iniciada a brincadeira, ao acionar a bombinha milagrosa, tinha ele a mania de exigir da companheira a apresentação de continência ao “glorioso estandarte”, como assim apelidara o membro ora ascendente e vigoroso.
As coitadas, a princípio, o faziam por graça, depois percebiam-lhe o modo estranho, exigido cerimonialmente a cada nova intervenção. Atrevessem dispensar-lhe tal continência, o desagrado era profundo, de esboçar uma carantonha, puxar as parceiras ao colo e dar-lhes tapas vigorosos na bunda, que era para discipliná-las. A ordem, então, seria no tapa!
Daí, em pouco, a mania do coronel passou a povoar o clássico fuxico das áreas de serviço do prédio. As senhoras fingiam, outras nem tanto, mas enojavam-se da tara do velho. Os moleques de rua, montados em bicicletas, passavam-lhe a prestar continências gargalhosas. Os maridos não deixavam mais suas mulheres trocarem miúdos com aquele homem, outrora muleta útil do matrimônio alheio, que, por fim, teve a sua primeira grande derrota em campanha sindical, desde que passara a residir no “Morada das Palmeiras”. Estava, enfim, des-mo-ra-li-za-do!
Sem o posto, vítima de chacotas, amargando a solidão da popularidade, o pobre e inútil coronel tombou. Encostou os coturnos.
A cerimônia fúnebre se deu no salão de festas do condomínio. As senhoras rezavam pela alma daquele pecador que, apenas em seus últimos tempos, seduzido foi pelo mundano. A filha era, de fato, a única a dispensá-lo o pranto sincero. Foi quando o absurdo se deu: ao jogar-se com uma coroa de flores sobre o corpo paterno, sabe-se lá como, acionou a dita bombinha e o velho "estandarte", resistindo à morte, apontou ao céu. Abismada e sem saber o que fazer, a filha caiu para trás numa vergonha não apenas tão grande quanto à da plateia feminina que, maquinalmente, batia a desejada continência ao coronel.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

                                      O BAZAR DAS LETRAS

                                   NOTÍCIAS LITERÁRIAS

Por Rinaldo de Fernandes
Incrível como, mesmo com os impasses da educação no país, há gente interessada em literatura. Nesta terça-feira, 25/10, em Fortaleza, no projeto "Bazar das Letras", dei palestra e lancei o livro O Professor de Piano para um auditório praticamente lotado de escritores e leitores de várias idades. A palestra, em forma de bate-papo com o coordenador do projeto, o contista cearense (autor de um primoroso conto intitulado "Perdas e danos", do livro Mundo dos vivos) Carlos Vasconcelos, e, em seguida, com o público (tudo devidamente filmado, para depois ser editado), fluiu muito bem, sobretudo por conta das pessoas ali presentes — como falei, bastante interessadas, atentas. Conheci alguns escritores cearenses que não conhecia. E fiquei feliz com a presença dos amigos Tércia Montenegro e Pedro Salgueiro. No fim, rolou um coquetel e boas conversas. Uma maravilha! Agradeço, além do Carlos Vasconcelos, à (educadíssima) Lúcia Marques, funcionária do SESC, pelo ótimo suporte — não me faltou nada. As coisas feitas com competência e zelo têm tudo pra dar certo! Obrigadão a todos os cearenses que se fizeram presentes no evento! Muito grato mesmo!
"O projeto Bazar das Letras é muito bem organizado, as edições são preparadas com esmero e profissionalismo. O escritor é muito bem recebido pelos organizadores, que lhe dão atenção e ótimas condições de trabalho. E o mais importante: o escritor se sente bastante à vontade na conversa com o apresentador Carlos Vasconcelos, um entrevistador competente, que conduz a entrevista levando em consideração os aspectos mais importantes da trajetória do autor. O bate-papo com o público - aliás, um bom público! - é outro momento importante, um termômetro para o entrevistado, que, ao responder às perguntas, percebe o quanto suas palavras ecoaram positivamente entre os presentes. Tudo que é feito com zelo e competência - e nesse sentido não posso deixar de citar Lúcia Marques, uma das pessoas que estão por trás do projeto - tem tudo para dar certo. O Bazar das Letras é um projeto que está entre os melhores, não só do Ceará, mas do país, e o público que o acompanha pode ser a melhor testemunha do que digo."


Postado por Silas Falcão