sexta-feira, 13 de setembro de 2013


                                    Poemas alusivos aos meus 40 anos.
Poeta Frederigo Régis

E eis que o tempo revigora as árvores lá fora. Espalha nossos despojos e os transforma em ingredientes do dia. O mesmo vento que trouxe este setembro e o tragará para nossa memória inventa em mim uma página. Testemunho o mundo junto com vocês e aprendido o certo e o errado. Tenho sido surrado pela intempérie de meus próprios erros. Vejo coisas majestosas cuja só a presença na vida permite. Lembro uma velha e inútil brincadeira de contornar os quarteirões com um carrinho viajando contra a vertical louca dos muros, sentindo o calor surgir-lhe das rodinhas. Assim percorri as minúcias dos imóveis da vizinhança. Hoje fecho um quarteirão de minha vida. Vou atravessar a rua e começar tudo de novo.

 
                                                             QUADRA

 Aí vem o tempo e assombra

A mosca azul concluída

Assiste ao recente escombro

E me tange a continuar

 
                                                A palavra é uma redenção

Uma das línguas da liberdade

É um fuso que traça saudade

Do leito à imensidão

 
                                               O ferro do mundo empurra

O fascínio ao esquecimento

Mas ensina a cruzar o absurdo

E te encontrar neste mundo

 
Vejo vidas fluírem sob a ponte

A qual percorro há décadas

Ainda sou a possível quimera:

Consagração de primaveras

 

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