terça-feira, 21 de abril de 2015

Escritor Bruno Paulino conta suas referências literárias em entrevista

AO SOPA DE LIVROS, BLOG DO DIÁRIO DO NORDESTE
Publicado em 20/04/2015 - 13:19 por 


Autor dos livros de crônicas  “A Menina da Chuva” e “Lá nas Marinheiras”, o escritor  e professor de Língua Portuguesa da Rede Pública de Ensino, Bruno Paulino, é uma das referências quando se fala em Literatura no Sertão Central do Ceará. O seu livro mais recente, “A Menina da Chuva”,  lançado pela Editora Premius, é repleto de referências à infância. Com textos simples e curtos, que lembram a delicadeza da natureza, já é adotado em várias escolas particulares da região. Cearense de Quixeramobim, Bruno deve lançar em breve duas novas obras. Desta vez, de cordel e poesia. Conheça mais sobre o autor no bate-papo que ele teve com o Sopa de Livros por e-mail:

1. Nome, idade e profissão.
Bruno Paulino, 24 anos, professor de Língua Portuguesa do Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino.


2. Para qual público o seu livro “A Menina da Chuva” se destina?
Bom, confesso que quando escrevo não tenho uma preocupação quanto ao direcionamento a um público leitor especifico. Mas creio que por conta da linguagem simples e das variadas temáticas que tenho possibilidade de abordar nas crônicas, tais como o respeito à natureza, a descoberta do amor, o tédio, e o valor da amizade o livro A Menina da Chuva geralmente acaba por agradar muito ao público infanto-juvenil que se identifica com esses temas. E por isso algumas escolas particulares do Sertão Central hoje já adotam o texto do livro como material paradidático.


3. Antes de escrevê-lo, você já assinado outras obras?
Sim, antes do livro A Menina da Chuva, eu escrevi e publiquei outra coletânea de crônicas memorialísticas intitulada Lá nas Marinheiras e outras crônicas, fazendo nesse titulo uma homenagem à canção marinheiras gravada pela Nara Leão e escrita pelo compositor letrista cearense Fausto Nilo, que orgulhosamente é meu conterrâneo nascido aqui em Quixeramobim. Alias nesse primeiro livro a cidade de Quixeramobim é não apenas o mote, mas também o cenário, o palco, e a atriz que da vida a obra.


4. Como buscou inspiração para fazer as crônicas? Você tinha algum ritual?

Acho que o cronista precisa andar pela cidade, divagando e devagar. O cronista precisa abrir a janela e ver a vida acontecendo, a banda passar. Meu ritual para buscar inspiração sempre foi caminhar pela cidade com ouvidos e olhos atentos colhendo as histórias das pessoas. Para escrever quase sempre preciso sofrer uma espécie de “alumbramento” como diria o poeta Manuel Bandeira. Sem essa inspiração que surge de forma inexplicável não consigo vencer “essa luta vã” diante do papel em branco. Quando escrevo estou emocionalmente envolvido com o texto. E justamento por isso é que só depois num outro momento com mais calma, que faço a revisão e corto os excessos.


5. Quem são seus maiores “modelos” de cronistas?
Indiscutivelmente o cronista Rubem Braga, e os poetas Manuel Bandeira e Mario Quintana que em suas obras trouxeram a luz um sentimento lírico muito puro, refinado e livre de pieguismos. E, é claro que as forças literárias de Milton Dias e Rachel de Queiroz se colocam como nortes indispensáveis para qualquer um que queira escrever crônicas no Ceará.

6. Qual livro mudou sua forma de ver o mundo?
Minha formação como leitor se deu acompanhando o desenrolar da saga Harry Potter. Mas acho que foi o livro Feliz Ano-Velho do escritor Marcelo Rubens Paiva que me proporcionou realmente uma descoberta do mundo. A linguagem jovem e sem rebuscamentos, o próprio drama autobiográfico narrado, e, sobretudo o retrato bem feito do espírito da juventude com seus sonhos, desejos, medos, frustrações e conquistas, na época que li inquietaram-me muito. Foi como se o livro quebrasse um gelo que havia em mim.

7. O que gosta de ler nas horas vagas?
Não é exagero dizer que leio de tudo: histórias em quadrinhos, jornais e revistas semanais. Sou leitor regular do romance nacional e da boa literatura cearense. Agora estou em um relacionamento sério com os contos do cearense Nilto Maciel. Parafraseando Manoel de Barros, outro poeta que leio bastante, costumo dizer que fui aparelhado para gostar de poesia. E no fim das contas acho que em tudo que eu leio busco o encontro com a poesia.

8. Você já está trabalhando em alguma obra nova?
Meu próximo livro deve sair ainda esse semestre, publicado no projeto edições em coautoria, idealizado pelo escritor Silas Falcão, e vai se chamar: Cordéis de Histórias. No livro escrevo dois cordéis, um sobre o poeta Quintino Cunha e seu rico anedotário, e no outro versejo sobre a vida e a obra do arquiteto e letrista Fausto Nilo. Também deve sair nesse semestre umas poesias minhas no segundo volume da antologia Mutirão que é organizada pelo Poeta de Meia-Tigela. Mas em breve como um filho pródigo volta a casa, também devo voltar novamente à crônica.

“Lá nas Marinheiras e outras crônicas” e “A Menina da Chuva” são os dois livros de autoria do escritor e professor Bruno Paulino. Para adquirí-los, é só entrar em contato com o autor, através do Facebook 

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