quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

                                    RAPIDINHAS (Curtas e Grossas)

Pedro Salgueiro para O Povo


                                                                              (Ao modo Neno Cavalcante)

O deputado (e palhaço) Tiririca anuncia que vai deixar a política para voltar aos palcos. Afirma que na Câmara a concorrência à sua profissão original é muito grande.
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Governador Cid suspendeu verbas para o carnaval em quase cem cidades cearenses, usando como justa-justificativa a grande seca que assola o estado. Não achava isso quando contratou, por mais de meio milhão, Ivete Sangalo para uma simples inauguração em Sobral poucas semanas antes?
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Incrível (e surpreendente) a agilidade governamental para entregar a obra do Estádio Castelão. Recomenda-se o mesmo “empenho” e “competência” em outras áreas: Infraestrutura. Educação. Saúde. Cultura etc. etc.
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Que méritos têm os políticos de “carreira” para ocuparem cargos nos tribunais de contas, vitalícios e sem concursos? Será apenas porque seus pés (e mãos) palmilharam “aquele chão” tão bem e sabem de cor os “meandros” e atalhos da corrupção?
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Por que depois da Constituição de 1988, que proibiu a entrada de servidores públicos “pela janela” (instituindo a obrigatoriedade de concursos), aumentaram o valor e a quantidade dos famigerados “cargos comissionados” em todos os três poderes?
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Ainda: e por que será que as nossas “esquerdas”, que historicamente abominaram tais sujas e nefastas práticas, se adaptaram (e se apegaram) tão bem a elas quando chegaram ao poder?
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De pau pra cassetete: e por que certo bloco de carnaval aqui na querida Gentilândia “acontece” numa rua apertada e cheia de residências, mesmo tendo duas grandes praças públicas bem situadas a um quarteirão de distância?
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Dia desses perguntei a um simpático funcionário do nosso querido Estádio Presidente Vargas, bem ali na Gentilândia (capital do Benfica), por que estavam deixando a ferrugem tomar conta já de algumas grades e portões e o capim crescer entre as lajotas do piso. Ele sabiamente me respostou com outra pergunta: “E aí, meu amigo, como é que os ‘home’ vão ganhar o dele?”. Na reforma, claro! Que sujeito burro sou eu.
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E por que, nestes tristes tempos de seca, os “apagões” de água só acontecem em bairros pobres?
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De certo tempo pra cá só voto em político que tenha “outra” profissão. E se o “dito cujo” for bem sucedido (não quero dizer apenas que freqüente as inócuas colunas sociais, mas que seja realmente competente) na mesma. Detesto os “políticos profissionais”.
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Quem é que não se lembra daquele ex-colega de faculdade que nunca estava em sala de aula. Que, aliás, tinha mesmo era uma raiva danada da mesma, a ponto de só “dar as caras” para pregar avisos e convocar as “massas” para as manifestações. Formaram-se apenas nos CAs e DCEs da vida e “pegaram” enorme gosto pelos cargos públicos e/ou eletivos...
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Toda vez que passo perto de determinada “associação” de ex-políticos que existe ali na velha Aldeota, por precaução, seguro firme a carteira no bolso e mudo imediatamente de calçada. E os cínicos criadores de tal aberração ainda tiveram o “espírito-de-porco” (cruz-credo!) de colocar em sua fachada uma enorme imagem de São Francisco (Logo tu, Chiquim, e não Judas!?).
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A mesma precavida ação tomo eu ao passar pelas calçadas dos muitos “templos religiosos” que assustadoramente se multiplicam (parecem brotar do além em cada esquina de nossa sonsinha loira descamisada pelo sol) mais que “capim-de-burro”.
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Numa terra medíocre, onde empresários (não seria bodegueiros?) de educação são chamados de “educadores” em tristes colunas sociais, nasceu Lauro de Oliveira Lima, um dos maiores educadores deste país. Por sua prática em vida, e não apenas pela sua recente morte, deveria ser nome de rua, tema de seminários e instituído luto oficial de 10 dias, no mínimo.
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Nunca esqueci uma frase dele, em que dizia estranhar que recém-formados se preocupassem tanto em logo comprar um pomposo “anel de formatura”. Decerto, dizia o competente limoeirense, seria somente para não se esquecerem que eram “realmente” formados.
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Numa terrinha em que milionários colégios particulares só se preocupam em ganhar dinheiro e em participar de famigeradas guerrinhas de propagandas fantasiosas, e onde a educação pública tristemente definha a cada dia, ter um Lauro de Oliveira Lima é (pois seus métodos e seus exemplos continuam vivos) um luxo.
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O que leva um ridículo sujeito (sujeito?) a instalar um potente sistema de som em seu automóvel (ou até na calçada de casa) e perturbar meio mundo de pessoas ao redor? Fosse o inesquecível Analista de Bagé consultado, de pronto respostaria com um de seus costumeiros (e preconceituoso, claro) joelhaços: “É apenas a vontade premente e intransferível de queimar o velho ‘anel-de-couro’!”.
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Aliás, a unidade que mede a potência do som nem deveria se chamar de “decibéis”, mas, sim, de “decimbecis”.
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E o que dizer dos que correm, em seus carros, desesperadamente (como se voltassem pra casa com uma enorme “caganeira”) em locais desapropriados? Dos mal-educados do trânsito, em geral? Diria apenas pra eles: Torço sempre pelo poste!.
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Respeito os que gostam, e até veneram, motos. Mas seu mau uso se tornou, com tantas mortes e aleijamentos, um caso de saúde pública. Pra mim, motos são tristes caixões-de-defuntos com rodas.
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E pra fechar a conta e passar a régua (como dizia nosso saudoso Chico “Raimundo” Anísio): Vocês ficaram surpresos com o pior desempenho de Fortaleza em níveis de leituras entre as capitais do Brasil? Pois eu não! Há mais de vinte anos frequento livrarias (principalmente “sebos”) e venho notando, faz tempo, a preocupante diminuição de leitores. Aliás, difícil está até mesmo encontrar livrarias, quanto mais leitores.
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E digo mais: se se retirassem os didáticos (e paradidáticos) da contagem geral de livros lidos no Brasil (que é um dos países de piores índices de leitura do mundo, perdendo para nações insignificantes), nosso Brasilzim de mãe treta e pai ladrão não apareceria sequer nas estatísticas.

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