quinta-feira, 2 de maio de 2013


A TRADUTORA DE LIBRA


Benivaldo Carneiro


        Não sendo homem de mentiras, não vou aqui dizer que me concentrei nas palestras daquele seminário. Ao passo que na tradutora!...

Se a moça era novata no ofício, isso eu não sei. Sei, contudo, que alguns de seus sinais, na tentativa de converter a linguagem dos falantes e bons das ouças em entendimento dos surdos-mudos, me pareceram estranhos e até obscenos.

Quando se referia a nós (os funcionários do órgão promotor do evento) ela batia três vezes com a mão direita espalmada, sobre o indicador e o polegar da mão esquerda fechada. Se o assunto eram os políticos, com o polegar direito voltado para cima espetando a palma da mão esquerda aberta, ela girava a direita em formato de concha no sentido anti-horário. Traduzindo outros temas, por vezes dava banana, cotoco e até língua.    

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