segunda-feira, 31 de março de 2014





 Devaneios, Delírios e Desamores

Devaneios, Delírios e Desamores. Romance escrito por Bernivaldo Carneiro com 36 capítulos, 382 páginas deliberando a mente numa ficção, sem desligar-se de fatos reais do cotidiano. Sim, quando escrevemos, a mente recria situações nunca impossíveis da vida prática e costumes adquiridos no recôndito sutil da sociedade em que vivemos.
Nos primeiros capítulos, o sentimento de ser pai projetou seu coração, no futuro promissor do filho, imaginando a profissão sem deixar de falar do hábil garoto inteligente, interativo, travesso, hiperativo e poder de decisão diante de fatos inesperados e respostas prontas no momento exato. Sem omitir as conquistas amorosas desde cedo.
Bernivaldo firmou consigo mesmo o compromisso de escrever esta obra. Há um apanhado largo de leituras. Vemos, quando cita diversos autores, faz comparações, estabelece credito de escritor atento e disposto a informar o leitor nas suas andanças criativas.
O pensamento viaja em situações diversas, basta olhar e deitar na perplexidade dos fatos. Inicia um capítulo com ousadia e termina com ousada maestria.
O pano de fundo do romance, porém, se deleita com os delírios de amor, das filhas do senhor Felicíssimo. Pai conservador impondo em pleno modernismo, que se conservem pudicas até o casamento para não manchar a honra da família, árvore genealógica de longa data.
Pobres filhas que se deram ao luxo e prazer de fazer da vida mundana o despontar da vida diária. Bonitas, sensuais e infiéis usavam e abusavam da lascívia para satisfazer os desejos e afrontar o pai, encoberto de desgosto e vergonha.
A infidelidade aos “maridos” virou rotina. Saber de quem era um filho só na sorte da aparência quando nascia. Uma delas, de tanto maltratar o marido provocando a morte decidiu ser irmã de caridade, mas não vingou... Vários episódios tomam espaço nos capítulos, entra devassidão, prazeres e sensualidade, dos personagens...
Bernivaldo Carneiro tem estilo pessoal, talento engenhoso. A letra corre fácil nos seus devaneios, o vocabulário ora simples, ora de alta projeção vai se mesclando sem se perder na compreensão dos fatos.
Não opto por comparar autores e sim apresentar o essencial da obra, deixando a certeza que cada escritor é único, com estilo especial e cada criação revela o “eu essência” do escritor.


Sonia Nogueira, (escritora de contos, crônicas e poesias)



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