Devaneios, Delírios e Desamores
Devaneios,
Delírios e Desamores. Romance escrito por Bernivaldo Carneiro com 36 capítulos,
382 páginas deliberando a mente numa ficção, sem desligar-se de fatos reais do
cotidiano. Sim, quando escrevemos, a mente recria situações nunca impossíveis
da vida prática e costumes adquiridos no recôndito sutil da sociedade em que
vivemos.
Nos
primeiros capítulos, o sentimento de ser pai projetou seu coração, no futuro
promissor do filho, imaginando a profissão sem deixar de falar do hábil garoto
inteligente, interativo, travesso, hiperativo e poder de decisão diante de
fatos inesperados e respostas prontas no momento exato. Sem omitir as
conquistas amorosas desde cedo.
Bernivaldo
firmou consigo mesmo o compromisso de escrever esta obra. Há um apanhado largo
de leituras. Vemos, quando cita diversos autores, faz comparações, estabelece
credito de escritor atento e disposto a informar o leitor nas suas andanças
criativas.
O
pensamento viaja em situações diversas, basta olhar e deitar na perplexidade
dos fatos. Inicia um capítulo com ousadia e termina com ousada maestria.
O
pano de fundo do romance, porém, se deleita com os delírios de amor, das filhas
do senhor Felicíssimo. Pai conservador impondo em pleno modernismo, que se
conservem pudicas até o casamento para não manchar a honra da família, árvore
genealógica de longa data.
Pobres
filhas que se deram ao luxo e prazer de fazer da vida mundana o despontar da
vida diária. Bonitas, sensuais e infiéis usavam e abusavam da lascívia para
satisfazer os desejos e afrontar o pai, encoberto de desgosto e vergonha.
A
infidelidade aos “maridos” virou rotina. Saber de quem era um filho só na sorte
da aparência quando nascia. Uma delas, de tanto maltratar o marido provocando a
morte decidiu ser irmã de caridade, mas não vingou... Vários episódios tomam
espaço nos capítulos, entra devassidão, prazeres e sensualidade, dos
personagens...
Bernivaldo
Carneiro tem estilo pessoal, talento engenhoso. A letra corre fácil nos seus
devaneios, o vocabulário ora simples, ora de alta projeção vai se mesclando sem
se perder na compreensão dos fatos.
Não
opto por comparar autores e sim apresentar o essencial da obra, deixando a
certeza que cada escritor é único, com estilo especial e cada criação revela o
“eu essência” do escritor.
Sonia
Nogueira, (escritora de contos, crônicas e poesias)
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