Eram Três (ou Tema para um Conto Triste)
Para o amigo Lourival Mourão
Eram três amigos.
Eram três amigos inseparáveis.
Ficaram unidos desde a primeira vez que se viram (gostavam de se pabular disso).
Eram carne e unha desde as primeiras brincadeiras de bila, bola e arraia.
Moravam em ruas separadas, mas não distantes. Nunca houve briga, mancha alguma que os separasse.
Eram três amigos inseparáveis.
Ficaram unidos desde a primeira vez que se viram (gostavam de se pabular disso).
Eram carne e unha desde as primeiras brincadeiras de bila, bola e arraia.
Moravam em ruas separadas, mas não distantes. Nunca houve briga, mancha alguma que os separasse.
Cresceram juntos, apaixonaram-se pelas quase mesmas meninas. Dois torciam pelo São Vicente e o outro pelo Unidos do Petróleo.
Cresceram, irremediavelmente.
Um ficou pelo ginásio e ajudava o pai na bodega. Outro foi para o seminário em Sobral. E o terceiro perambulou de festa em festa.
Um ficou pelo ginásio e ajudava o pai na bodega. Outro foi para o seminário em Sobral. E o terceiro perambulou de festa em festa.
Fatalmente um deles seria próspero comerciante. Outro, dedicado padre. E o último, professor e poeta.
Porém um deles suicidou-se por causa de um amor não correspondido. O outro foi assassinado ao separar uma briga de casais. E o derradeiro pulou da ponte da linha férrea e espatifou a coluna.
Eram três amigos.
Eram três.
Eram.
Pedro Salgueiro especial para O POVO
Pedro Salgueiro especial para O POVO
Um comentário:
Bela crônica,Pedro Salgueiro.
Dos três conheço o da coluna espatifada.
Valeu, seu moço.
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