Apesar da insensatez dos cães que ladram na rua
Há vida no lixo que se acumula nas velhas sacolas de supermercado. Com amplo domínio da casa, as formigas, em disputa desleal com as baratas, inventam trilhas sobre os copos – agora livres dos enganos passados e habituais prisioneiros da desordem da pia. A imagem vinda da tela da TV se assemelha a cor do céu da manhã que talvez não me veja. As roupas no varal, apesar da insensatez dos cães que ladram na rua, dormem tranquilas, mimadas pelo vento da noite; e o meu corpo, vazio de roupas e significados, permanece à procura de um espírito…
Luciano Bonfim
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