COPA 2014
= Oitavas de final
=
Coube ao Brasil e Chile abrir esta fase do
Mundial. Tendo como palco o Mineirão, a peleja foi iniciada às 13h00 do dia 28
de junho. O comando ficou a cargo do Inglês Howard
Webb, que sendo a cara do Zidane, se danou a nos prejudicar tornando o
jogo tão difícil quanto esperava a maioria, apesar de a Seleção ter jogado relativamente
bem.
Aos 18 minutos David
Luiz estabeleceu 1 x 0, mas um quarto de hora depois Marcelo arremessou precipitadamente
um lateral, Hulk falhou na recepção e Alexis Sanchez — que não é de dispensar
chance — empatou. O homem verde, no entanto, redimiu-se logo no início do
segundo tempo ao mandar para o fundo do barbante uma bola recebida em
lançamento e amortecida no ombro. O árbitro, no entanto, que já havia deixado
de acusar dois pênaltis a favor do Brasil (um no próprio Hulk e uma
interceptação com uma mão da zaga chilena), anulou o gol. Enquanto isso o
goleiro Bravo, fazendo jus ao nome, seguia bravamente salvando suas cores.
Fechado os noventa
minutos com o magro empate em 1 x 1, veio a prorrogação e apesar de os dois treinadores
— na tentativa de surpreender o adversário — tenham efetuado suas substituições,
não houve alteração no placar. Pois, ainda na segunda etapa do tempo normal, Felipão
trocara Fred por Jô e Fernandinho por Ramires. Jorge Sampaoli, por sua vez,
havia colocado Maurício Pinilla no posto de Arturo Vidal (quem, embora
desapeado da moto, o seu sonho de metal correra o bastante para nos atrapalhar)
e Eduardo Vargas no lugar de Felipe Gutiérrez. Já na prorrogação Oscar foi
substituído por Willian e Gary Medel por José Rojas. O ponteiro dava a
antepenúltima volta do encerramento quando Pinilla chacoalhou o travessão de
Júlio César com um potente chute. Foi aí que manifestei aos presentes, em alto
e bom tom, minha convicção: “Depois desta a vitória é nossa!” Não deu outra. Ganhamos
nos tiros diretos, ou se assim preferem, nas penalidades que puniam nosso fraco
desempenho e os erros da arbitragem. Marcaram para o Brasil: Davi Luiz, Marcelo
e Neymar. Willian chutou para fora e Bravo rebateu a cobrança de Hulk. Já os
chilenos assinalaram com: Charles Aránguiz e Marcelo Diaz. Júlio César, que
saiu de campo ovacionado, rebateu os chutes de Pinilla e Alexis Sánchez. Gonzalo
Jara carimbou nosso poste esquerdo e, surpreendentemente, a brazuca (só podia
mesmo ser brasileira para tamanho feito) cruzou toda a extensão do gol e já
defronte a baliza oposta tratou de sair pela linha de fundo.
Enfim, por culpa de
nosso anfitrião, quase dissemos adeus ao certame logo em sua segunda fase. É
que, enquanto sua esposa e filha, minha mulher e eu vestíamos verde-amarelo,
nosso hospedeiro, como sempre renitente, manteve-se o tempo todo com uma também
encardida camisa listrada que até faixas de cor preta tinha. Para ser mais explícito:
assistimos a este jogo truncado, de baixa qualidade e pouca garra, na cidade de
Fortim em casa de certo amigo sem cabelo certo. Quem, na época de Espantalho, ainda possuía uma trunfa no topo
do cocuruto; em tempos de Fortaleza
Voadora, tudo o que lhe restava da farta cobertura capilar da longínqua
adolescência, já havia voado em definitivo deixando a cumeeira do amigo —
quando desprotegida de seu encardido boné — exposta a todo tipo de intempérie.
De todos os
confrontos das Oitavas, a Colômbia foi a única que não teve grandes
dificuldades para avançar na competição. Às 17h00, também do dia 28 no
Maracanã, sem tomar gol e tendo marcado dois com James Rodriguez (um em cada
tempo) vingou nosso Maracanaço. Sem dúvida a Celeste sentiu a falta de seu
principal jogador. É que pela primeira vez Luiz Suarez, o vampiro goleador, experimentava
na prática a severa punição da FIFA pela dentada que aplicara em Chiallini da
Azurra. Qual seja: quatro meses sem jogar e ausência em nove partidas oficiais
da seleção uruguaia.
A França foi outra
que jogou melhor e venceu a Nigéria no tempo normal por 2 x 0 em jogo realizado
a partir das 13h00 do último dia de junho na Arena Mané Garrincha. Os gols
foram de Pogba em falha do arqueiro nigeriano, que até então fizera grandes
defesas, e contra de um zagueiro, já nos acréscimos do segundo tempo, porém
creditado à camisa 11 de Griezmann.
No mais, esta fase
do mundial foi igualmente difícil para as sete equipes que avançaram em
companhia de nossa Canarinho. Ainda sem me convencer: ressalto. Outro jogo decidido
nos pênaltis foi o da Costa Rica contra a Grécia. Tendo empatado em 1 x 1 no
tempo normal e atuado praticamente todo esta segunda fase e a prorrogação com
um atleta a menos os Costa-Riquenhos, a sensação desta copa, foram
surpreendentemente valentes e venceram os gregos nos pênaltis pro 5 x 3.
Já a Holanda
despachou o México com o placar de 2 x 1 em jogo realizado no calor das 13h00
do dia 29 de junho na Arena Castelão. Giovani dos Santos (brasileiro naturalizado
mexicano) abriu a contagem no iniciozinho da segunda etapa. Já nos minutos
finais do tempo normal Sneijder empatou com um chutaço da linha da grande área
e nos acréscimos Hunterlar virou o jogo cobrando um pênalti que não existiu. Pois,
apesar de Rafa Max sequer tenha lhe tocado, Robben mergulhou e o árbitro
português Pedro Proença não teve dúvida em apontar para a marca da cal. Neste
jogo o goleiro Ochoa foi um show à
parte operando verdadeiros milagres. Enquanto o Ervilinha (também conhecido por
Chichiarito) que substituiu Peralta sem nenhuma peraltice na partida, também
fez muito pouco.
As demais partidas
só foram decididas na prorrogação.
Em bem disputado
jogo, cujo palco foi a Arena Porto Alegre às 17h00 de 30 de junho, a Alemanha (uma
das favoritas para levar o caneco) só conseguiu mexer no placar durante a prorrogação.
Os gols foram de Schürrele e Özil. Djabou, que em momento nenhum fez corpo mole
nem desabou, descontou para Argélia já nos acréscimos.
Às 13h00 do 1º de
julho na Arena São Paulo (também conhecida por Arena Corinthians ou Itaqueão) a
marrenta Argentina mal conseguiu um golzinho no segundo tempo da prorrogação.
Foi por meio de um chute cruzado de Di Maria em passe de Messi, goleiro da
Suíça nada pôde fazer.
A Bélgica enfrentou
os EUA às 17h00 do primeiro de julho na Arena Fonte Nova e embora tenha jogado o
tempo todo melhor só conseguiu marcar na prorrogação. Os goleadores foram De
Bruyne e Lukaku, que apesar de muita correria, terminou longe de ser um caco. Já
nessa fase do jogo Green entrou verde de disposição e descontou. Além dos
goleadores, destaco pela Bélgica: Mirallas, que mira ellas e otras más, Hzard (apesar do nome foi um homem de sorte)
e Kompany. Pelos Estados Unidos o mimetismo de Cameron.
Bernivaldo Carneiro – 1º de julho de 2014.
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