domingo, 20 de julho de 2014




COPA 2014

= Oitavas de final =

Coube ao Brasil e Chile abrir esta fase do Mundial. Tendo como palco o Mineirão, a peleja foi iniciada às 13h00 do dia 28 de junho. O comando ficou a cargo do Inglês Howard Webb, que sendo a cara do Zidane, se danou a nos prejudicar tornando o jogo tão difícil quanto esperava a maioria, apesar de a Seleção ter jogado relativamente bem.

Aos 18 minutos David Luiz estabeleceu 1 x 0, mas um quarto de hora depois Marcelo arremessou precipitadamente um lateral, Hulk falhou na recepção e Alexis Sanchez — que não é de dispensar chance — empatou. O homem verde, no entanto, redimiu-se logo no início do segundo tempo ao mandar para o fundo do barbante uma bola recebida em lançamento e amortecida no ombro. O árbitro, no entanto, que já havia deixado de acusar dois pênaltis a favor do Brasil (um no próprio Hulk e uma interceptação com uma mão da zaga chilena), anulou o gol. Enquanto isso o goleiro Bravo, fazendo jus ao nome, seguia bravamente salvando suas cores.

Fechado os noventa minutos com o magro empate em 1 x 1, veio a prorrogação e apesar de os dois treinadores — na tentativa de surpreender o adversário — tenham efetuado suas substituições, não houve alteração no placar. Pois, ainda na segunda etapa do tempo normal, Felipão trocara Fred por Jô e Fernandinho por Ramires. Jorge Sampaoli, por sua vez, havia colocado Maurício Pinilla no posto de Arturo Vidal (quem, embora desapeado da moto, o seu sonho de metal correra o bastante para nos atrapalhar) e Eduardo Vargas no lugar de Felipe Gutiérrez. Já na prorrogação Oscar foi substituído por Willian e Gary Medel por José Rojas. O ponteiro dava a antepenúltima volta do encerramento quando Pinilla chacoalhou o travessão de Júlio César com um potente chute. Foi aí que manifestei aos presentes, em alto e bom tom, minha convicção: “Depois desta a vitória é nossa!” Não deu outra. Ganhamos nos tiros diretos, ou se assim preferem, nas penalidades que puniam nosso fraco desempenho e os erros da arbitragem. Marcaram para o Brasil: Davi Luiz, Marcelo e Neymar. Willian chutou para fora e Bravo rebateu a cobrança de Hulk. Já os chilenos assinalaram com: Charles Aránguiz e Marcelo Diaz. Júlio César, que saiu de campo ovacionado, rebateu os chutes de Pinilla e Alexis Sánchez. Gonzalo Jara carimbou nosso poste esquerdo e, surpreendentemente, a brazuca (só podia mesmo ser brasileira para tamanho feito) cruzou toda a extensão do gol e já defronte a baliza oposta tratou de sair pela linha de fundo. 

Enfim, por culpa de nosso anfitrião, quase dissemos adeus ao certame logo em sua segunda fase. É que, enquanto sua esposa e filha, minha mulher e eu vestíamos verde-amarelo, nosso hospedeiro, como sempre renitente, manteve-se o tempo todo com uma também encardida camisa listrada que até faixas de cor preta tinha. Para ser mais explícito: assistimos a este jogo truncado, de baixa qualidade e pouca garra, na cidade de Fortim em casa de certo amigo sem cabelo certo. Quem, na época de Espantalho, ainda possuía uma trunfa no topo do cocuruto; em tempos de Fortaleza Voadora, tudo o que lhe restava da farta cobertura capilar da longínqua adolescência, já havia voado em definitivo deixando a cumeeira do amigo — quando desprotegida de seu encardido boné — exposta a todo tipo de intempérie.

De todos os confrontos das Oitavas, a Colômbia foi a única que não teve grandes dificuldades para avançar na competição. Às 17h00, também do dia 28 no Maracanã, sem tomar gol e tendo marcado dois com James Rodriguez (um em cada tempo) vingou nosso Maracanaço. Sem dúvida a Celeste sentiu a falta de seu principal jogador. É que pela primeira vez Luiz Suarez, o vampiro goleador, experimentava na prática a severa punição da FIFA pela dentada que aplicara em Chiallini da Azurra. Qual seja: quatro meses sem jogar e ausência em nove partidas oficiais da seleção uruguaia.

A França foi outra que jogou melhor e venceu a Nigéria no tempo normal por 2 x 0 em jogo realizado a partir das 13h00 do último dia de junho na Arena Mané Garrincha. Os gols foram de Pogba em falha do arqueiro nigeriano, que até então fizera grandes defesas, e contra de um zagueiro, já nos acréscimos do segundo tempo, porém creditado à camisa 11 de Griezmann.

No mais, esta fase do mundial foi igualmente difícil para as sete equipes que avançaram em companhia de nossa Canarinho. Ainda sem me convencer: ressalto. Outro jogo decidido nos pênaltis foi o da Costa Rica contra a Grécia. Tendo empatado em 1 x 1 no tempo normal e atuado praticamente todo esta segunda fase e a prorrogação com um atleta a menos os Costa-Riquenhos, a sensação desta copa, foram surpreendentemente valentes e venceram os gregos nos pênaltis pro 5 x 3.

Já a Holanda despachou o México com o placar de 2 x 1 em jogo realizado no calor das 13h00 do dia 29 de junho na Arena Castelão. Giovani dos Santos (brasileiro naturalizado mexicano) abriu a contagem no iniciozinho da segunda etapa. Já nos minutos finais do tempo normal Sneijder empatou com um chutaço da linha da grande área e nos acréscimos Hunterlar virou o jogo cobrando um pênalti que não existiu. Pois, apesar de Rafa Max sequer tenha lhe tocado, Robben mergulhou e o árbitro português Pedro Proença não teve dúvida em apontar para a marca da cal. Neste jogo o goleiro Ochoa foi um show à parte operando verdadeiros milagres. Enquanto o Ervilinha (também conhecido por Chichiarito) que substituiu Peralta sem nenhuma peraltice na partida, também fez muito pouco.
As demais partidas só foram decididas na prorrogação.

Em bem disputado jogo, cujo palco foi a Arena Porto Alegre às 17h00 de 30 de junho, a Alemanha (uma das favoritas para levar o caneco) só conseguiu mexer no placar durante a prorrogação. Os gols foram de Schürrele e Özil. Djabou, que em momento nenhum fez corpo mole nem desabou, descontou para Argélia já nos acréscimos.

Às 13h00 do 1º de julho na Arena São Paulo (também conhecida por Arena Corinthians ou Itaqueão) a marrenta Argentina mal conseguiu um golzinho no segundo tempo da prorrogação. Foi por meio de um chute cruzado de Di Maria em passe de Messi, goleiro da Suíça nada pôde fazer.

A Bélgica enfrentou os EUA às 17h00 do primeiro de julho na Arena Fonte Nova e embora tenha jogado o tempo todo melhor só conseguiu marcar na prorrogação. Os goleadores foram De Bruyne e Lukaku, que apesar de muita correria, terminou longe de ser um caco. Já nessa fase do jogo Green entrou verde de disposição e descontou. Além dos goleadores, destaco pela Bélgica: Mirallas, que mira ellas e otras más, Hzard (apesar do nome foi um homem de sorte) e Kompany. Pelos Estados Unidos o mimetismo de Cameron.


Bernivaldo Carneiro – 1º de julho de 2014.

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