sábado, 18 de junho de 2011

   
                                   
                                     Patrimônio

As coisas que possuo são todas reais
e me falta espaço para abrigá-las
por vezes, até sufocam-me
gavetas e sonhos

O desejo, por exemplo, que me leva a caminhos estreitos
rasga-me a pele aos clarões e me desvia a atenção
(como pássaros e estrelas cadentes)

Minhas posses, de tantas, me obrigam a sonegá-las
no inventário da vida
poemas e canções
despertos da aniquilação
(ou sonâmbulos na máquina de fazer futuros)

Tenho coisas demais, que mal as conheço
uma delas é esta manhã
que tento eternizar
no vasto museu do meu coração



Frederico Régis
Poeta por necessidade
Engenheiro de formação
Bancário por sobrevivência

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