sábado, 24 de março de 2012



                                                 
 CLARIVIDÊNCIA

 Poeta Frederico Régis

Estou no limiar do não dizer
Soa-me familiar planície
Onde me calco no voo

Já entendi a natureza da manhã
E nada acrescentaria ao enigma
Dos anos então contidos na alma

Sobrepujo ambições e ergo a edificação
Que só eu contemplo do silêncio
Já me sei unidade no mundo

Preciso me debruçar nos pássaros
E buscar entender a aerodinâmica
Que erigiu o olhar da consciência

Sou um ser rufante
E acerto a palavra rude
Isso me é feitio preciso

Frente à certeza de que o cosmos
É não somente o estar atento
Guio pousares com meu amuleto

Estou no limiar do só viver
Talvez um átimo pleno de luz
Substantivo objetivo direto

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