CLARIVIDÊNCIA
Poeta Frederico Régis
Estou no limiar do não dizer
Soa-me familiar planície
Onde me calco no voo
Já entendi a natureza da manhã
E nada acrescentaria ao enigma
Dos anos então contidos na alma
Sobrepujo ambições e ergo a edificação
Que só eu contemplo do silêncio
Já me sei unidade no mundo
Preciso me debruçar nos pássaros
E buscar entender a aerodinâmica
Que erigiu o olhar da consciência
Sou um ser rufante
E acerto a palavra rude
Isso me é feitio preciso
Frente à certeza de que o cosmos
É não somente o estar atento
Guio pousares com meu amuleto
Estou no limiar do só viver
Talvez um átimo pleno de luz
Substantivo objetivo direto
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