segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Academia de Letras ganha integrantes



Em apenas dois anos de atuação, a Academia de Letras de Crateús
comemora seus novos membros e projetos

Meu filho, Igo Rafael
Quando eu falava da Lei do Agradecimento
Dona Rosa Moraes, minha professora no colégio Pio XII, nos idos de 74.

Em solenidade realizada dia 30/07/ no Teatro Rosa Moraes, a Academia de Letras de Crateús (ALC) empossou e diplomou mais oito novos membros, eleitos em assembleia, em junho. Ana Cristina do Vale Gomes, Karla Gomes, Cheila Mota, Silas Falcão, Juarez Leitão, José Maria Bonfim, Paulo Nazareno Soares e José Rodrigues Neto agora fazem parte do seleto grupo de intelectuais deste Município.

Em pouco mais de dois anos, a Academia passa de 22 membros fundadores para 30, estando agora bem próximo da sua composição: 40 membros efetivos. Além desses, o seu estatuto prevê também membros correspondentes e membros honorários. Tem como finalidade propagar a cultura e a literatura na esfera erudita e popular no Município e região. Para cada uma das 40 cadeiras, os ocupantes escolhem os respectivos patronos, homenageando personalidades que marcaram as letras e a cultura brasileira. As reuniões ocorrem bimestralmente na sede da instituição.

A nova leva de acadêmicos anima a diretoria da arcádia. "Essas novas pessoas que estão chegando são todas experimentadas, boa parte possui livros publicados e nos levam a acreditar em um futuro promissor para a Academia. Acolhemos a todos com alegria", destaca Elias de França, presidente da ALC. Ele enfatiza a pluralidade do grupo originário e dos novos. "Temos poetas, cordelistas, jornalistas, contistas, enfim, um grupo bem plural e isso acaba impondo um desafio e ao mesmo tempo uma grande riqueza, advinda dessa diversidade".
Instalação
A ALC foi instalada, oficialmente, em 13 de junho de 2009 em cerimônia também no Teatro Rosa Moraes, por um grupo de amantes das letras vinculados ao Município. Antes, porém, houve várias reuniões preparatórias permeadas por discussões sobre os objetivos e atuação da instituição. Segundo França, uma delas girou em torno do papel da ALC e composição. "Queríamos reunir e unir pessoas que escrevem e que de alguma forma incentivam as atividades de leitura e escrita. A atividade de escrever é muito solitária, mas refletimos que o fato de nos reunirmos motivaria a partilha e até a publicação de nossos trabalhos", lembra.

Ao avaliar esses dois anos de atuação da instituição, ele diz que esse pensamento tornou-se realidade. "Apesar de termos voltado nossas ações para a parte burocrática da ALC, bem como obtenção de uma sede, o que consome um pouco os nossos esforços, comemoramos a publicação de mais de dez livros nesse período", relata.

Para ele, o livro é a grande testemunha da história. "O que somos devemos aos livros, que desde o tempo dos pergaminhos registram a nossa história. Sem o livro não seríamos o que somos, não teríamos registros efetivos da nossa história", defende Elias de França.


Comprometimento
Outra preocupação dos fundadores, destacada por França, reside na ação da Academia no Município. Os "imortais" não podem ficar isolados da sociedade. "As palavras ´elite´, ´intelectual´ e ´imortal´ para nós são vazias em si mesmas, o que vale na verdade é a ação. Essas palavras somente têm significado se envolvermos as massas e a cultura do povo do nosso Município, por isso não nos isolamos e nem cultivamos vaidades", revela.

De acordo com ele, essa discussão é perene na ALC. "Não almejamos ser uma instituição que objetive cultivar vaidades, elites e cuja existência se encerre em fornecer títulos", enfatiza. Daí, o crescimento da Academia, que, segundo ele, circula nas esferas escolares e da sociedade com muita frequência. "A Academia se tornou maior do que imaginávamos, hoje recebemos inúmeros convites para eventos na cidade e região e percebemos claramente a lacuna que existia na área da propagação da cultura", destaca.

Centenário
Nos últimos seis meses, a instituição tem dedicado boa parte de seu tempo, discussões e ações envolvida com a programação do centenário de Crateús, que ocorrerá em 15 de novembro. A luta priorizada é no sentido de resgatar a história da cidade. "Temos um déficit histórico antropológico imenso, pertencíamos ao Piauí e depois ao Ceará. Perdemos o contato com as nossas raízes e isso precisa ser resgatado", conta. A instituição prepara o lançamento de um livro que resgata essa história e se desdobra na pesquisa. Um grupo visitou, recentemente, os Municípios de Oeiras e Teresina, no Piauí, em busca de documentos que contem as origens da Vila Príncipe Imperial, primeira denominação de Crateús. A busca, agora, é por parceiros para efetivar o projeto.

Silvania Claudino

Repórter
DIÁRIO DO NORDESTE 31/07/2011

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