segunda-feira, 8 de novembro de 2010

                                                   

                                          Poetas e livros
Por Silas Falcão

Menções honrosas no I Prêmio Nacional de Literatura/2009- Poesia, O sangue da terra, de Mauricio Cals; Lâmina, de José Carlos Mendes Brandão e 8verbetes, de Carlos Nóbrega foram os livros editados pela Secult e lançados na noite de 3 de novembro, no Ideal Clube. Carlos Roberto Vazconcelos, Raymundo Netto, Poeta de Meia Tigela, Silas Falcão, Manuel Soares Bulcão, Pedro Salgueiro são os Poetas de Quinta, inicialmente presentes para homenagear outro Poeta de Quinta – Carlos Nóbrega. Ou Nó-Brega, neologismo jocoso de Pedro Salgueiro. A primeira leitura de um livro é a sensorial. O leitor analisa as cores, imagens e tateia texturas. Percorre as páginas num folhear instantâneo criando uma breve onda de vento. Vira e revira o livro na pretensão de antever o conteúdo. A capa do 8verbetes agrada pela simplicidade: vinho salpicado de preto, fontes das letras falhadas e o 8 diagramado com frestas não desconcerta a simbologia de infinito. O Poeta patativa alto, fácil e diferente. A poesia dele atrai pela técnica e inventividade, permitindo uma leitura arejada, fluente, cristalina que se encrava no pensamento do leitor abrindo outros canais de percepções.  Em O quanto sou, seu sexto livro, Nóbrega sublima a estrutura poética no poema

 

O ateu
acredita piamente
que o céu é oco

Do 8verbetes cito, como um dos exemplos de domínio estilístico,

Móvel reformado

 A minha cama de solteiro
é a minha cama de casal
quando eu sonho contigo.

O Poeta Calos Nóbrega é um talentoso endereço literário.

Noite saborosa.

Uísques são disputados aos gritos chamativos de Ei, garçom. As doses servidas são curtas para as extensas sedes do Bulcão, Vazconcelos, Pedro Salgueiro, Silas Falcão e o Poeta de Meia Tigela. A fome de amenizar o leve amargo do uísque vigiava a passagem da garçonete com uma bandeja de salgadinhos. As mãos de redes dos Poetas de Quinta arrastavam pastéis e empadas. Em outro momento a entrevistadora do programa Papo Literário, Mônica Silveira, aproxima-se perguntando aos Poetas de Quinta, sentados em circulo: Quem viu o Nóbrega?  Observador ininterrupto, Pedro Salgueiro adverte: “Vai ser difícil encontrar o Nóbrega dentro dessa pequena multidão”, e mede com o braço esquerdo uma altura de um metro e poucos centímetros. Em seguida, os Poetas de Quinta gravaram, para o Papo Literário, o quadro Livro de Cabeceira, compartilhando paladares literários.

Sempre atrasado, mas nem sempre ausente, o Frederico Régis, outro Poeta de Quinta, chega com um espaçoso sorriso despertando em Pedro Salgueiro o anúncio desse aviso: “O banheiro é lá na frente”.

E como o bairro Benfica é habitado de nobrezas, “fechamos” a noite no Assis, Bar onde os Poetas de Quinta se encontram todas as quintas.
 
Salve, salve, Poeta Carlos Nóbrega!

Um comentário:

franmello disse...

SILAS ADOREI ESTAR AQUI VCS OS POETAS DE QUINTA ESTÃO DE PARABÉNS.VOLTEREI OUTRAS TANTAS PARA ME DELICIAR DE TÃO BOA LEITURA.UM ABRAÇO CHEIO DE LAÇOS/FRANMELLO

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